quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

cruzar o rio

Lisboa - Ponte Vasco da Gama: 16/12/2013

cruzo o rio
de uma para outra margem
pelos braços abertos da ponte

mas na verdade
ponte alguma
une margens afastadas e distintas
a ponte é apenas
um expediente de passagem
um quadro mental
que nos mantém a seco
e a salvo de comoções

a ponte
não é mais do que pretexto
ilusão ou equívoco
e só o mergulho no colo tumultuoso da corrente
separaria as águas que tanto procuramos evitar
e revelaria se
no instante derradeiro
a vertigem se afogaria no suor do seu próprio medo
ou se os pulmões despertariam
finalmente
do seu torpor
e lutariam por ar

(pelo sim, pelo não
é melhor atravessar pela ponte)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

dia solar


















este sol breve que
veio espreitar pelas
frestas azuis do dia
sabe-me
na boca
          como tempero de sal qb 
deixa-me
na pele 
          um rasto de mosto doce
e pousa-me
nos olhos
        uma ociosa carícia de luz

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Os mecenas de abril

Mecenas a financiar as comemorações do 25 de abril na assembleia da república? Mas que bela ideia, sra. presidente!!!!

Proposta 1. "é praticada por instituições em muitos países e deve ser realizada com parcimónia", disse ela... Por isso, um simples e discreto anúncio no meio das flores, talvez com a indicação de "beber com moderação" ali ao lado, muito discretamente...


Imagem daqui
Proposta 2. "Esse mecenato seria junto de instituições das quais não viesse a leitura de qualquer forma de ‘lobby' sobre o Parlamento. Pensámos em fundações de utilidade pública, somente", acrescentou ela logo a seguir. 
E por que não esta, dirigida em tempos que já lá vão por um in-suspeito membro do atual governo e atualmente dirigida por uma in-suspeita membra do anterior governo? "Lobby" sobre o Parlamento? Hummm. Ná... não temos cá disso...


E sempre podíamos iniciar a transmissão direta na RTP 1 com uma nova versão daquela musiquinha "Eu gosto é d'Assunção": ...e ao fim do dia, bem abraçados, a ver o 25 d'abrile... patrocinado por uma fundação qualquer...


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Piada, piada...

era se, depois do caso amoroso de Hollande com a atriz,
Imagem daqui
da badalada selfie de Obama com a dinamarquesa, mesmo nas barbas da Michelle e da aventura com a cantora (suposta, ou não, ainda é cedo para sabermos...)

Imagem daqui

Imagem daqui
 viéssemos a descobrir que, afinal, eles os dois é que andam de "caso" um com o outro. 

Pelo menos a julgar pela catadupa de notícias e de imagens em que ambos revelam uma tão grande sintonia política, mãos apertadas por cima da mesa, de olhos nos olhos e sorrisos no rosto, ou caminhando lado-a-lado e fazendo adeuses muito juntinhos à varanda, brindes com champanhe ao jantar...não sei, não sei...


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Imagem daqui
Imagem daqui 
Imagem daqui

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Afinal, anda mesmo tudo relacionado...

Há dias, o ministro da economia declarava, de forma não muito clara, mas em tom compungido, que...


Ler notícia aqui
Começo agora a perceber melhor a que "famílias" se estava ele a referir...

Ler notícia aqui

Foi certamente por isso que este "chefe de família" já foi até falar com o padrinho ...

Ler notícia aqui
E, com a notícia vinda hoje a público sobre uma das pensões de reforma do próprio sr. Silva e de mais uns quantos desvalidos da política nacional...

Imagem daqui
não me admirava mesmo nada que venhamos muito em breve a ter que devolver à China Tree Gorges/EDP o valor da tal "taxa extraordinária", acrescido dos respetivos juros de mora, está bom de ver.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

E por falar em praxes..

E para estes veteranos da praxação que nos andam a humilhar em grande há vários anos não vai mesmo nada, nada, nada nas próximas eleições?



É que, afinal, no meio desta confusão toda.. 
.
como se pode ler/ver aqui

Basta substituir, nesta espécie de "árvore genealógica", a palavra "caloiro" por "contribuinte", para se perceber logo como  várias coisas começam a fazer mais sentido. 
Aliás, restam-me poucas dúvidas de que esta "árvore genealógica" está na origem de diversas "praxes" a começar pela do próprio Orçamento do Estado para 2014.


Afinal, o que a "tragédia do Meco" veio lembrar foi que:

1 - anda por aí à solta gente muito perigosa, disfarçada sob várias capas, incluindo a de estudante universitário, mas que devia estar era atrás das grades;

2 - de uma certa forma, enquanto coletivo, não somos mais do que caloiros a ser praxados por um governo que lhe tomou o gosto e já não quer outra coisa;

3 - quase 40 anos depois do 25 de Abril verificamos, não sem alguma surpresa - que temos andado todos (a tal geração mais qualificada de sempre) a aprender nada mais que a sujeição ao que de pior nos podem fazer - humilhação e achincalhamento públicos -, embora sempre disfarçada por uma boa camada de placebo que dá pelo nome de liberdade individual (o tempo que as autoridades competentes demoraram a acordar do seu torpor e a começar a investigar o que verdadeiramente se passou no Meco é disso uma boa prova - ver aqui). 

Afinal, talvez seja isto o que mais nos dói quando se visionam as imagens das "praxes" aberrantes que se fazem alegre e impunemente aí pelo país fora com o beneplácito de quem nos governa: temos andado a formatar uma geração de gente submissa que está pronta até a arriscar a vida só para obedecer aso seus adorados "duxes".

E nem mil reuniões no ministério da educação, seguidas de mil reportagens chocantes nos telejornais, e mais mil "prós-e-contras" na televisão e outras tantas mil horas de debates e opiniões várias chegarão para disfarçar o mal-estar que todos sentimos perante uma situação que pôs a nu a nossa humilhante condição coletiva de "caloiros" nas mãos de quem nos tem governado, ou melhor, praxado ao longo destes últimos anos. 

E de tal forma temos andado "anestesiados" que foi preciso morrerem 6 de uma só vez naquela praia (as mortes ocorridas ao longo dos anos anteriores nunca conseguiram chamar-nos verdadeiramente a atenção) para percebermos o que nos aconteceu a nós e o que temos andado a permitir que aconteça aos jovens que são, dizem, o futuro deste país.