sábado, 6 de agosto de 2011

O (in)dizível Verão

Henrique Pousão, Casas Brancas de Capri, 1882
Hoje, Lídia Jorge definia assim o Verão: “O Verão é um lugar do espírito para onde as quatro estações do ano se encaminham sem cessar. Nesse lugar que fica fora do calendário, esperamos pelo rumor de um outro espaço que esteja fora do tempo.” (excerto da crónica “A maternidade das Espécies”, in Público, 6/8/2011)

É uma das melhores definições que já encontrei porque o Verão é justamente esse tempo propício para sentirmos mais próximas as coisas que, nas outras estações, nos parecem distantes e mais possíveis as que sempre nos parecem inalcançáveis. O Verão é também aquele tempo que esperamos aconteça um dia como revelação do nosso mais secreto desejo. Por isso, o Verão perfeito é sempre o sonhado e nunca o Verão acontecido.

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