domingo, 6 de fevereiro de 2011

A revolta também se pode cantar

Anda por aí uma novíssima geração que canta para anunciar que o mundo, tal como o conhecemos, se está a desmoronar.
É o caso dos Deolinda. E pelas reacções que tem despoletado (até o próprio grupo foi apanhado de surpresa pelo fenómeno que se propagou como um vírus pela rede) permitem concluir que, se calhar, o Egipto, a Tunísia, a Argélia ou o Iémen, estão mais perto do que à primeira vista se poderia imaginar (olhando apenas para os mapas):

"Parva que sou" - Deolinda

Sou da geração sem-remuneração
e nem me incomoda esta condição...
Que parva que eu sou...

Porque isto está mau e vai continuar
já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou....

E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...

Sou da geração casinha-dos-pais
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou...

Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou...

E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...

Sou da geração vou-queixar-me-pra-quê?
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou...

Sou da geração eu-já-não-posso-mais-Que-esta-situação-d­ura-há-tempo-de-mais!
e parva eu não sou!!!

E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...

Música e letra: Pedro da Silva Martins

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