segunda-feira, 26 de julho de 2010

Descubra as diferenças

(Évora, 25/7/2010)

Na fotografia 1 a Ecopista de Évora, bem perto do ponto em que intersecta a estrada regional que faz a ligação Évora-Bacelo-Louredo/Sr. dos Aflitos-Igrejinha, no ponto em que ainda está claramente dentro dos limites da cidade-património-da-humanidade, ou seja, a fotografia 2.

Na imagem 1, a Ecopista, sítio ‘in’ de Évora frequentado pelo grand-monde da cidade, e sobretudo por VIP’s e outros candidatos ao estrelato local que lá vão para ver e para serem vistos, enquanto praticam actividade física, coisa que, agora, por cá, também é muito ‘in’. E, claro, por tantos outros cidadãos interessados em praticar desporto e entreter a prole.

Será por isso que toda a erva das bermas é periodicamente aparada, bem como as sebes dos terrenos que com ela confinam, para que nada, mas mesmo nada perturbe o idílico e mais popular passatempo da cidade (caminhar), o qual se transformou até para muitos dos seus frequentadores numa autêntica rede social com pretensões a concorrer com o global facebook?

Tem até a pintura no pavimento que, na outra logo ali ao lado - a da imagem 2 -, há já muito que desapareceu. E para sempre, pelos vistos. É que esta segunda imagem, é a da estrada paralela à Ecopista, percorrida diariamente por milhares de pessoas, com uma incrível intensidade de trânsito mas, claro, frequentada pelo povinho no seu percurso de e para o trabalho ou outros afazeres, essa gentinha incómoda que só interessa aos políticos locais quando abre a época da caça ao voto.

Será por isso que, desde o inverno passado, ninguém acha necessário aparar a erva das valetas e bermas, quase com um metro de altura e agora já completamente seca, oferecendo assim um risco acrescido de incêndio, numa zona que, sendo “campo”, está contudo densamente povoada? Ainda por cima numa região em que as vagas de calor se sucedem ao longo do verão e, consequentemente, também os alertas de incêndio? Aliás toda a estrada, desde a última rotunda até ao limite da cidade e depois do próprio concelho, está assim.

Será que não há dinheiro para isso? Mas então como é que se explica que haja verba para manter, e muito bem, a Ecopista e já não haja para fazer a necessária, e no mínimo obrigatória, manutenção da estrada que lhe fica paralela?

Será que nós, cidadãos, somos mesmo assim tão obtusos de entendimento? Ou será que os nossos (des)governantes locais é que insistem em nos tratar como tal?

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