sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Protestar sim, mas com originalidade

Protestar é um dos verbos que mais faz sentido nos dias agridoces que vivemos. Contudo as clássicas manifestações de rua também já conheceram melhores dias. Torna-se, pois, imperativo quebrar rotinas instaladas e encontrar novas e mais originais formas de fazer passar a «mensagem».

Foi o que bem pensaram e melhor fizeram Billy e Anais Yeager, realizadores de cinema, numa praia de Miami. Durante a madrugada, colocaram um piano de cauda numa língua de areia e deixaram que a divulgação imediata e global das insólitas imagens fermentasse na imaginação de muita gente. E apareceu toda a espécie de teorias mais ou menos delirantes: desde a história de um casal desavindo cujas partilhas desaguaram na praia, à instalação artística. 

O casal veio agora explicar que, afinal, levou o instrumento para o local para filmar a última parte de uma trilogia chamada Jesus of Malibu, que segue a viagem de um homem pela América. Ao “Miami New Times” Billy Yeager declarou mesmo que, “O filme é sobre (...) o poder da música, do cinema, da vibração [sic] e de como isso afecta (...) o controlo da mente. Depois de filmarmos, deixamos os instrumentos, porque é uma afirmação política. É uma revolução artística contra os media, a corrupção das artes e o controlo e a escravatura das pessoas”. a verdade, pode ser o que se quiser: e é essa a verdadeira originalidade deste "protesto". Disse ainda o realizador que já deixou outros pianos "de protesto" em Death Valley (Califórnia), na Costa Rica e na Guatemala.


Por cá, bem que podíamos pôr a imaginação a funcionar e começar a manifestar o nosso descontentamento recorrendo a objectos originais ou mesmo insólitos... Tenho a impressão de que seria um sucesso e, quanto mais não fosse, sempre nos divertíamos um pouco. Ainda que não mudasse nada, só pela boa disposição já valeria a pena.

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