terça-feira, 18 de outubro de 2011

O meu negócio não é números

mas há coisas que me intrigam...

A comissão liquidatária auto-denominada "governo de Portugal" decidiu "cortar nas gorduras do estado", mas pelos vistos resolveu fazê-lo pela via da condenação dos cidadãos à inanição.

Assim, para 2012, o OE agora apresentado propõe-se reduzir de forma drástica uma série de despesas. Julgaríamos nós - tão ingenuos -  que a máquina administativa central, regional e local, a imensidão de institutos públicos, fundações, empresas públicas e assim-assim, levaria um grande corte. Afinal, sem sequer pensar duas vezes, o estado corta mas em áreas que se podem designar como essenciais: saúde, bens de primeira necessidade, educação, emprego, crescimento económico, etc, etc. E a razão é muito simples: é bem mais fácil cortar deste lado em vez de enfrentar os poderosos e manipuladores que proliferam - e prosperam - do lado de lá...

Imagens copiadas daqui

Uma consulta, ainda que apressada, a documento idêntico, mas referente à própria UE, sempre tão cheia de sentenças e sarcasmos para com os PIG's, também suscita algumas considerações interessantes. 

Face aos valores globais apontados para 2011 - e respetiva distribuição - onde é que está o tal corte nas "gorduras" da UE -, receita mágica que eles tanto impingem aos estados membros em dificuldade -, alegando a gravidade da crise económica e financeira mundial? Ou, pelo menos, algum pudor?

Imagem daqui
Vale ainda a pena observar os colossais valores anuais da despesa da máquina administrativa europeia, tal como eles aparecem discriminados neste quadro global constante no mesmo documento:

Imagem copiada daqui
Também não me parece ser de todo fútil compará-los com dados e números relativos a peculiaridades e caprichos de alguns dos mais altos responsáveis da UE que, de quando em vez, aparecem divulgados na imprensa (e que, tanto quanto sei, nunca foram desmentidos por ninguém): ver aqui.

Abreviando: nestas coisas o povo, que é sábio e está fartíssimo de aturar a basófia desta gente, costuma dizer "faz o que eu digo, não faças o que eu faço". E o povo, de que eu também faço parte, sabe bem do que fala e, sobretudo, o que o espera...

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