segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O orçamento de estado, a pedra no sapato e a sem-vergonha

Sobre as medidas de austeridade previstas no OE para 2012 nem vale a pena estafar muito mais vocabulário. Só há uma coisa que correu menos bem, talvez por não ter sido prevista: que as generosas pensões, subsídios e subvenções vitalícias dos (ex-)políticos viessem  logo agora à praça pública quando todos sabemos como, nestas coisas do dinheiro, quanto maior for a quantia envolvida, maior convém ser  a discrição... Aqui estão alguns bons exemplos divulgados hoje na imprensa, nem por isso muito exemplares. Contudo sempre é bom verificar a "pluralidade" desta lista:

Imagem daqui

Só que esta pedra no sapato do OE é um autêntico calhau pois há muitos mais, como este, ou melhor, esta:

Imagem daqui, pág. 19
 Nada mais nada menos do que a diáfana presidente da Assembleia da República, "reformada" em 1998 (ainda no tempo dos escudos), aos 42(?) anos de idade e com uma generosa verba que agora acumula com o resto, claro está, e que dá para comprar alguns alfinetes.

É por estas e por tantas outras que fico surpreendida quando leio  aqui que, pelo andar apressado da carruagem, o dinheiro para as pensões e reformas acaba em 2040. Não me surpreende o mais que certo esgotamento do dinheiro, surpreende-me é ainda haver dinheiro para tantos anos, apesar de tudo. E ainda têm a lata de andar a dizer que não estamos numa situação comparável à da Grécia...

De qualquer forma, que não restem dúvidas: o que é preciso é haver dinheiro suficiente para pagar os subsídios e reformas aos ex-políticos ainda no ativo - sobretudo no setor privado. Quanto a todos os outros, ou seja, a imensa maioria que vegeta com reformas de pouco mais do que trezentos euros/mês, eles que se aguentem, até porque já estão habituados a passar necessidades... e não lhes custa tanto. Os ex-políticos é que, coitadinhos, tem que ser gradual, muito gradual mesmo, para se poderem ir adaptando à ideia...

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