quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Polémicas curiosas, preconceitos arraigados

María del Rosario Cayetana Fitz-James Stuart y Silva, mais conhecida como Duquesa de Alba, casada de fresco aos 85 anos de idade, com o homem que escolheu contra tudo e contra todos, embora titubeante, segue indiferente à polémica que se tem gerado à sua volta.
  
Imagem tirada daqui

Tenho estado atenta aos comentários que não tardaram a surgir na rede, logo após a publicação das primeiras imagens, e concluo que:

Se fosse o Duque de Alba que, aos 85 anos, se tivesse casado em terceiras núpcias com uma senhora atraente 25 anos mais jovem, ainda que pobretanas, a coisa até seria vista com bons olhos, até porque isso é bastante frequente na nossa sociedade e não faltam por aí exemplos bem conhecidos. Mais, até seria encarada com alguma inveja por parte dos que, em escalão etário idêntico ou mesmo inferior não podem, não conseguem ou, simplesmente, não têm coragem para fazer o mesmo.

Claro que os filhos estão contra, sobretudo por questões financeiras, e claro que a duquesa, apesar da sua debilidade física, não está assim tão senil quanto isso. Contudo, o que choca verdadeiramente as pessoas, mesmo até as que se dizem muito modernas e de cabeça arejada, não é a diferença de idades entre o casal, não é a desigual posição social, não é o corpo flácido ou o rosto deformado pelas ciruegias plásticas em excesso. O que mais choca as pessoas é ser uma MULHER a fazer exatamente tudo aquilo que os homens sempre acharam que só eles podiam fazer por direito próprio e por, no fundo, considerarem que uma mulher velha não passa de um traste sem préstimo a trocar na primeira oportunidade, de preferência por uma jovem de carnes ainda firmes. Por mais incrível que possa parecer, no caso de Cayetana e Alfonso, é o facto de ser uma mulher a fazer isto mesmo o que mais choca as próprias MULHERES.

Na verdade, os preconceitos - e em particular os que respeitam às questões de género - têm ainda fundas raízes nas mentes de muitos de nós e, por isso, são quase sempre perpetuados exatamente por aqueles e aquelas que os deviam combater com toda a convicção.

Quanto a Cayetana e Alfonso o mínimo que se pode desejar é que saibam, cada um à sua maneira, tirar partido daquilo que a vida lhes proporcionou.

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