domingo, 28 de abril de 2013

Sacana de país


Sacana de país este
                         onde as únicas - e fartas - ofertas de emprego são a calcorrear o pais porta a
                         porta, para impingir telefones, telemóveis, internet e televisão a pessoas que
                         não querem, não precisam, nem pediram tal coisa
Sacana de país este
                         onde as "grandes" empresas, para crescerem ainda mais, em vez de baixarem
                         os preços, preferem contratar hordas de desesperados dispostos a tudo em 
                         troca de uns cêntimos, para irem aliciar e surripiar clientes às empresas da
                         concorrência
Sacana de país este
                       cheio de idosos sós e fragilizados, presas fáceis de sacaninhas sem escrúpulos
                       que ganham à peça, ou se calhar por cabeça, e se devem achar os maiores ao
                       fim do dia porque conseguiram engolir mais uns quantos pacóvios
Sacana de país este
                       onde quem é forçado por todas as vias a assinar uma proposta de adesão que,
                      na verdade, vale como um contrato, não tem sequer direito a ficar com uma cópia
                      para poder saber, por exemplo, que umas das cláusulas constantes do verso da
                     folha que assinou, diz que tem um período para renunciar ao contrato obtido em 
                     tão duvidosas circunstâncias
Sacana de país este
                    onde, explicada e denunciada a situação ao serviço de apoio ao cliente, só há
                    uma resposta: assinou, tem que pagar, durante 24 meses!
Sacana de país este
                    onde os consumidores só têm um dever e um direito: pagar! 
Sacana de país este 
                  onde as "grandes" empresas deixaram de ter rosto e, perante uma situação
                  anómala, pura simplesmente, não há com quem falar, não há com quem reclamar, 
                  ou a quem  expor o caso de viva voz
Sacana de país este 
                   onde as "grandes" empresas florescem impunes à conta de esquemas de                      
                   ludíbrio e predação aos mais indefesos consumidores e onde, ainda não satisfeito    
                  com isto, o seu chairman repete por aí, em alto e bom som, que "Se não for a mão 
Sacana de país este 
                  onde o sacana deste chaiman ainda tem a lata de dizer "Nós temos que educar o  
                  povo."  

Mas ó sr. Belmiro, veja lá bem o que diz, olhe que se calhar um povo "educado" como apregoa, quando lhe batessem à porta os sacaninhas dos seus angariadores sem escrúpulos, se calhar, pegava mas era num belo varapau e corria com eles à merecida paulada no lombo.

E já agora, se a assistir a essas suas altissonantes preleções, estivesse algum elemento desse tal "povo educado" de que fala que erguesse a voz para o mandar para o raio que o parta, a si e às suas ideias para o país, também era uma excelente coisa!

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