Ser, querer, ter, amar, viver, lutar, poder, sonhar...
Verbos denominativos. Infinit(iv)os. Mais ou menos (in)transitivos e tornados defetivos por vontade própria ou por imposição das circunstâncias. Pouco incoativos e ainda menos frequentativos.
A sua conjugação náo é sequer improvável, é impossível. Tornaram-se sobretudo “verbos de encher”. Motivo dos nossos dias de angústia e das noites de insónia.
Verbos talvez mais passíveis de conjugar se, na sociedade de consumo em que vivemos, pudessem ser sobretudo aquisitivos... Ah, se todas as conjugações verbais fossem tão regulares e fáceis como a do verbo comprar!
Afinal, basta pensarmos como é fácil comprar tantos nomes: silêncio, consciências, (des)favores, bom senso, louvores, sexo, notoriedade, ganância, juventude... Basta ter... dinheiro.
Talvez um dia haja forma de conjugar/comprar também alguns destes estranhos verbos...
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