domingo, 28 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Melhor não
Estremoz, Serra d'Ossa, anos 90 |
Invocavas sempre o ocaso
e, no entanto,
para nós,
bastou um acaso.
Evocavas o tempo que passa, tão veloz
e, no entanto,
nenhum de nós,
alguma vez olhou para o relógio.
Argumentavas que nem a dureza do diamante é eterna
e, no entanto,
só os breves instantes que,
entre princípio e fim,
tiveram sobretudo intensidade
nos tatuaram a memória.
Alegas a possibilidade de percorrer várias vezes
o mesmo caminho, com ligeireza,
ainda que isso
nunca venha a fazer dele o rumo certo,
ainda que isso
apenas confirme o quanto,
em tempos,
convergiram as nossas
agora tão irremediáveis divergências.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Homines sunt ejusdem farinae
terça-feira, 23 de julho de 2013
Sociedade
Poema do homem só
Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.
Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem
Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nehum ser nós se transmite.
Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.
Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.
Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarçe,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.
António Gedeão
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Coríndon
sábado, 20 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Circus Lusitanus: novas atrações
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Lisbon revisited
terça-feira, 9 de julho de 2013
No Alentejo
É quando o dia está no seu zénite,
à hora em que o sol trepa pelas costas
e se escarrancha nos ombros de quem passa
que os aloendros exibem as suas cores mais estridentes,
como se gritassem: aqui, aqui!
E o sol não se faz rogado,
vai rodopiar com eles estrada fora.
Mas nesta feérica, efémera dança
logo a fímbria das pétalas fica seca e desbotada
como a orla suja de um vestido de noiva em fim de festa
e cabe ao vento a ingrata tarefa de varrer
para debaixo dos sobreiros
os despojos destas núpcias tóxicas.
Talvez por isso, belo aloendro,
seja tão maldito o fruto angiospérmico do teu ventre!
Entardece agora na planície e só as cigarras,
indiferentes ao drama ou talvez ainda embriagadas de luz,
prosseguem o seu estridente estribilho pela noite dentro.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
coisas que eu sei
Teri Vaughn: Between the sheets; óleo s/ tela (imagem daqui) |
da efusão dos braços
da profusão dos lábios
para o alvor crescente que acorda o dia
sei a implosão do grito
da confusão dos dedos
da transfusão do calor
sei a explosão do beijo
da perfusão do suor e da saliva
da infusão do teu corpo no meuda perfusão do suor e da saliva
sei a queda de borco no chão da cama
da fusão do olhar até perder a focagem
da difusão centrípeta do prazer
sei as brechas abertas por dentro
e por onde tu entras pressuroso
como quem regressa a casa
e sei lá fora a audível respiração
da estrada distante a perder o fôlegoda fusão do olhar até perder a focagem
da difusão centrípeta do prazer
sei as brechas abertas por dentro
e por onde tu entras pressuroso
como quem regressa a casa
e sei lá fora a audível respiração
para o alvor crescente que acorda o dia
domingo, 7 de julho de 2013
sábado, 6 de julho de 2013
Novo verbetes para vocábulos descaminhados
- irrevogável
adj. 2 g.
1.
Que não se pode revogar.
2.
Definitivo.
3.
Que não torna atrás.
4. Maria Luís Albuquerque.
(ver aqui)
- lamentável
adj. 2 g.
1.
Que merece ser lamentado.
2.
Triste.
3.
Digno de dó.
4. Paulo Portas.
(ver aqui)
- baralhar e tornar a dar
expressão idiomática
1- Pedro Passos Coelho.
Os três da vida airada
cócó, ranheta e facada... (ler aqui)
E, para saber quem é quem neste trio maravilha, é só jogar como se segue:
quinta-feira, 4 de julho de 2013
A ver o entra-e-sai...
sempre
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Diz que é uma espécie de troikonovela...
PPC - É como se diz lá na minha terra: connosco ninguém pudosco!
VG - Eheheheh....!
|
PP - Ó Gaspar, precisamos de ter uma conversinha de pé-de-orelha!
VG - Ora diz lá...
|
PP - Eh pá, não vou à bola com a fulana, o que é queres!? Ainda não vi nem um cêntimo...
VG - Tá bem. Deixa estar que eu falo com ela...
|
VG - Fica descansado, pá, que eu já lhe dei o recado! |
VC - Ai estás-te a rir? Mas olha que o caso não é para graças...
MLA - Não te preocupes. Deixa-o comigo, que eu trato-lhe da saúde.
|
VC - Muito boa tarde! Fala Vítor Gaspar. Era para a lembrar do que ficou combinado, sim?! Veja lá o que pode fazer. É que o homem já anda desconfiado e depois passa o tempo a chatear-me, sim? |
MR - Ó Vítor, assim não dá meu! Continua tudo na mesma. Tu vê lá se te orientas, pá! |
VC - Eh pá, tirem-me deste filme! Já não os posso ouvir! O raio que os parta a todos. Vou mas é para Bruxelas! Lá, ao menos, ninguém me chateia! |
MLA - Ó Vítor, surgiu um pequeno problema. Ao que parece agora não há liquidez suficiente para se fazer a tal transferência... VG - O quêê?! Eh pá, pra mim chega! |
VG - Ora então, adeusinho. Fiquem bem, sim?! |
PP - Ai o tipo deu à sola? E a outra ficou no lugar dele? E nada de transferência? Deixa estar que eu já lhes mostro com quantos paus se faz uma canoa! |
PP - Nem com um milagre de Fátima, Passos! Comigo ninguém brinca, ouviste?! |
terça-feira, 2 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
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