segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Breve subsídio para uma análise icónica das autárquicas aqui da terrinha

Notas prévias:
Não voto aqui e, por isso, não sou "parte interessada" em nenhuma destas listas. Apeteceu-me. E é tudo.
Fica de fora o BE porque não concorre e até certo ponto a CDU, já que apenas afixou cartazes com a foto do cabeça de lista à câmara municipal.

Câmara Municipal
Os três são "filhos da terra" e isso basta, por ser essa a condição que, por estas bandas, assume foros de sine qua non e legitima; à partida, qualquer candidato. Desta vez, o bom povo estremocense tem, pois, pela frente uma tarefa difícil. Sobre as promessas, obra feita e juras de amor pela terra e pelos seus autóctones (uns mais do que outros, recordemos) é que não vale a pena perder muito tempo.

Os cartazes, ou melhor, os MUPIS como agora se costuma dizer e os outdoors são idênticos em todas as listas, na medida em que os candidatos aparecem a solo e em destaque. Claro que poderíamos sempre falar das tão óbvias e diferentes expressões do rosto e do olhar, mas não vale muito a pena porque também já todos sabemos que o fotoshop andou por aqui...

Assembleia Municipal


O posicionamento dos candidatos na imagem é substancialmente distinto:

- no independente MIETZ, o primeiro plano é ocupado pelo cabeça de lista à câmara, estando o candidato num posição ligeiramente recuada e atrás, numa óbvia mensagem do tipo, a Assembleia Municipal sou eu e ponto final. Este só cá aparece porque a lei a isso obriga obriga, mas ele só faz o que eu lhe mandar fazer, percebem? De um certo ângulo, parece até que o cabeça de lista à assembleia municipal está a ser "puxado" pelo braço, como se viesse a "reboque" (coisa que, provavelmente, não andará muito longe da verdade!) Aliás, desde o início que o MIETZ é coisa de um homem só e apenas existirá enquanto este homem der a cara por ele. É isso mesmo que fica bem claro aqui.

De assinalar ainda o "politicamente correto" facto de ambos estarem colocados à mesma altura, a forma mais próxima de lado-a-lado que é possível conseguir numa imagem em que um está clara e ostensivamente à frente do outro.

- no PS, a situação inverte-se: o candidato está num primeiro plano, mas tem atrás de si o cabeça de lista à câmara, querendo com isto dizer que, por trás do presidente da assembleia municipal estou eu. Ou seja, no fundo uma mensagem em tudo idêntica à do MIETZ: quem manda sou eu, mas faz de conta que é eleClaro que também se pode pensar que o cabeça de lista à câmara se está de certa forma a esconder atrás do candidato que (o) apoia. Coisa muito conveniente no caso de a coisa correr mesmo mal, pois assim quem leva primeiro nas fuças é o outro. 
A opção pelo mesmo nível, tipo lado-a-lado, é idêntica à anterior.

- no PSD, o cartaz tem uma composição diferente dos dois anteriores: os candidatos estão lado-a-lado, de facto, sendo a hierarquia claramente assinalada pela diferença de altura. Bem mais acima está quem verdadeiramente "manda" - ou pretende via a mandar - na assembleia municipal. 
Em comum com a lista independente (MIETZ), a presença de uma panorâmica da cidade em fundo, enquanto o PS optou por um fundo branco e enormes grandes planos das caras dos candidatos, claramente "revistas" pelo fotoshop como é óbvio.

Juntas de Freguesia


Repete-se aqui todo o layout anterior, com uma única diferença: no PSD, a candidata tem direito a uns pendões de menor dimensão em que aparece a solo. Poderá ser um voto de confiança, ou então um sinal evidente de que ficará mas é por conta própria se ganhar a eleição. A ver vamos daqui a quatro anos...

Nesta coisa do eu tenho mais cartazes do que tu porque tenho mais dinheiro para gastar, o CDS, apesar de estar no governo, joga num campeonato muito próprio, pois colocou apenas meia dúzia de cartazes de pequena dimensão, todos afixados apenas no centro da cidade. Numa terra onde já sabe que nem sequer tem hipóteses de eleger sequer um vereador, a opção foi claramente: marcar presença gastando o menos possível. Dá-lhe por isso a despachar e, no reduzido número de cartazes que encomendou, coloca os candidatos todos, lado-a-lado e em tamanho natural, isto é, cada um com a altura física que deus lhe deu: Assim uma espécie de três-em-um que não aquece nem arrefece e que, no meio de toda a parafernália dos outros partidos passa praticamente despercebido.



Uma última palavra para a quantidade. Aqui, o PS vai claramente à frente (devemos andar já bem acima de uma centena, todos de grandes dimensões e sobre estruturas rígidas (mupis e outdoors), ou não estivessem o partido e o candidato a dar o tudo por tudo para tirar a desforra das últimas eleições, quando o adversário do MIETZ os levou ao tapete e deixou KO. Logo a seguir o PSD e o MIETZ que tentam, respetivamente, ganhar terreno e manter-se à tona de água. 
No meio disto tudo fica bem claro que quem menos interessa são os autóctones que votam neles e lhes garantem o poleiro por mais quatro anos pelo menos. 

Por absoluta falta de tempo e, sobretudo, de paciência, só fica em falta neste "ramalhete" a comparação dos "hinos autárquicos". Mas, a julgar pela qualidade da iconografia, devem ser todos maravilhosos, claro. Por isso proponho desde já um empate técnico e deixo uma amostra que dá para ter uma bela ideia do que será a qualidade da coisa...






Para outras perspetivas até mais refrescantes sobre o mesmo tema, nada como ver este excerto hilariante do "Governo Sombra":

2 comentários:

platero disse...

não sei

se calhar em vez de "PORQUE"

melhor seria "POR QUE"

FM disse...

Se te referes ao cartaz, não é nada de estranhar: a malta tem mais que fazer...eheheh