Serra da Freita: junho 2015 |
quando a noite é já irreversível
o que em mim permanece acordado
é a memória dessas leves borboletas
que, livres, voavam no meu estômago
mentalmente, dou então voz às palavras,
ensaio os
gestos e imagino que é hoje, não, é agora,
que ganho a ousadia suficiente
para rasgar a silenciosa escuridão
e de novo convocar essas lepidópteras arredias
mas
sempre a madrugada me vem encontrar
com
os olhos secos de inquietação
pelos pesados tijolos de silêncio
que vou acrescentando ao
muro onde as borboletas,
agora, tropeçam
e caem, precocemente
fenecidas
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