sexta-feira, 28 de junho de 2013
de fio a pavio
primeiro o cio
depois o estio
primeiro o tropel
depois o mel
primeiro o trigo
depois o restolho
primeiro a mão
depois o chão
primeiro a poalha
por fim, a mortalha
quinta-feira, 27 de junho de 2013
na tua pele patinada escrevo
a saliva
todo o léxico do desejo
numa espécie de secreta (re)invenção
da linguagem dos pês
que a brisa vespertina logo vem apagar
enquanto suave
te passa a mão pelo peito
ponta
penugem
perna
pé
pele
principia
peço
pega
pressa
perto
perfume
pertenço...
e mesmo quando os (a)braços
já não se confundirem
e as pernas inquietas
já não se procurarem
mesmo quando já não houver
pele para saciar esta fome
haverá sempre
esta macia porção de tarde sob a macieira
o voo rasante do meu olhar sobre o teu corpo
e o jogo de luz e de sombras
(d)escrito a saliva no teu torso desnudado
todo o léxico do desejo
numa espécie de secreta (re)invenção
da linguagem dos pês
que a brisa vespertina logo vem apagar
enquanto suave
te passa a mão pelo peito
ponta
penugem
perna
pé
pele
principia
peço
pega
pressa
perto
perfume
pertenço...
e mesmo quando os (a)braços
já não se confundirem
e as pernas inquietas
já não se procurarem
mesmo quando já não houver
pele para saciar esta fome
haverá sempre
esta macia porção de tarde sob a macieira
o voo rasante do meu olhar sobre o teu corpo
e o jogo de luz e de sombras
(d)escrito a saliva no teu torso desnudado
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Quem ri melhor?
Apesar desta notícia levantar grandes possibilidades,
continuo a achar que, no caso particular dos bancos, quem ri melhor não é quem ri por último: é o BPN.
Ler notícia aqui |
segunda-feira, 24 de junho de 2013
domingo, 23 de junho de 2013
Sykon
Évora: 23/6/2013 |
na confluência dos vinhedos
há agora um canto exasperado de cigarras
que reverbera no azul campaniforme da tarde,
mas isso pouco ou nada me diz do Verão
os jacarandás que rodeiam a praça
lançam já ao vento da tarde o seu grito azul
e a ondulação uniforme das searas
ganhou um tom de palha,
mas isso também pouco ou nada me diz do Verão
para mim
é no intenso odor que as figueiras exalam
é no intenso odor que as figueiras exalam
sob o sol de junho
e na textura cada vez mais suave
das inflorescências que prometem
a doçura carnuda dos sicónios
que está contido por inteiro o Verão
por isso
só quando, ao início de uma inesperada manhã,
só quando, ao início de uma inesperada manhã,
o fogo de artifício de um figo apanhado ao acaso
explodir no céu da boca, poderei dizer ao mundo
sem medo de errar
sem medo de errar
que o Verão está maduro
e se pode colher com sofreguidão
e se pode colher com sofreguidão
sexta-feira, 21 de junho de 2013
neolugismos persidenssiais
Depois de o ouvir exortar os "cidadões" portugueses em Elvas (ver aqui), "façarei" o favor de lhe enviar muito em breve um prontuário ortográfico da língua portuguesa, pois ao que parece a sua reforma já não chega para comprar um...
quarta-feira, 19 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
sexta-feira, 14 de junho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
segunda-feira, 10 de junho de 2013
domingo, 9 de junho de 2013
sábado, 8 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
quarta-feira, 5 de junho de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
domingo, 2 de junho de 2013
sábado, 1 de junho de 2013
Terra
O sol da tarde repassa na pele
a quente manteiga da meiguice,
e, de súbito, apetece
alongar o corpo todo
sobre o dorso dos montes
e espreguiçar os olhos
pelas curvas alongadas.
Ó terra, envolve-me no abraço de poeira
dos teus torvelinhos vespertinos
e leva-me a ver pelo dorso
esses milhanos ligeiros
e leva-me a ver pelo dorso
esses milhanos ligeiros
que em círculos vigilantes
sobrevoam as estevas.
sobrevoam as estevas.
Que nesta intensa quietação
instantes há de tão grande plenitude
que até os tons do entardecer
parecem ter sido aprimorados
pela fusão do teu pó avermelhado
com o cerúleo tom do céu.
com o cerúleo tom do céu.
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