com grandes descontos e promoções,
natal de plástico e luzes made in China
com promessas de grandes famílias
trajando o melhor sorriso sintético
reunidas à volta de mesas requintadas
em cenários da House&Garden.
Ele aí está de novo, com os seus
mártires
que, no shopping, mesmo à hora do telejornal,
correm ainda para comprar as prendas que, depois,
hão de vir trocar e que nunca chegarão a usar.
Ele aí está de novo, o natal dos números
- quanto maiores, melhor - e dos paralelismos inúteis
com o natal do ano anterior:
acidentes, mortos e feridos na estrada
toneladas de bacalhau e azevias engorduradas
enjoativas pirâmides de ferrero-rocher
bolos-rei comprados e não comidos
recordes do guiness
levantamentos multibanco...
Ele aí está de novo, o natal dos hospitais das prisões
que, no shopping, mesmo à hora do telejornal,
correm ainda para comprar as prendas que, depois,
hão de vir trocar e que nunca chegarão a usar.
Ele aí está de novo, o natal dos números
- quanto maiores, melhor - e dos paralelismos inúteis
com o natal do ano anterior:
acidentes, mortos e feridos na estrada
toneladas de bacalhau e azevias engorduradas
enjoativas pirâmides de ferrero-rocher
bolos-rei comprados e não comidos
recordes do guiness
levantamentos multibanco...
Ele aí está de novo, o natal dos hospitais das prisões
dos sem-abrigo dos órfãos dos velhos
dos aflitos dos sós
dos programas de televisão e das iniciativas dos famosos
- e pena é que para todos eles o natal só dure um momento -
dos peditórios para tudo e mais algumas coisas ainda
dos imparáveis sms com votos de um «santo natal
e de um ano novo muito feliz».
Ele aí está de novo, o natal
que só há mesmo nos anúncios
de perfume francês repetidos até à exaustão total.
Mas o melhor de um natal assim
é saber que já só dura mais umas horas
e depois - ufa, que alívio! -
podemos todos voltar a ser normais
e não natais.
dos programas de televisão e das iniciativas dos famosos
- e pena é que para todos eles o natal só dure um momento -
dos peditórios para tudo e mais algumas coisas ainda
dos imparáveis sms com votos de um «santo natal
e de um ano novo muito feliz».
Ele aí está de novo, o natal
que só há mesmo nos anúncios
de perfume francês repetidos até à exaustão total.
Mas o melhor de um natal assim
é saber que já só dura mais umas horas
e depois - ufa, que alívio! -
podemos todos voltar a ser normais
e não natais.
PS - Ah, já me esquecia: Um Santo Natal para todos!
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