Serra d'Ossa: março 2015 |
a flor avançava
o muro consentia
a flor calava
o muro cumpria
a flor ansiava
o muro sorria
atento à sombra que da flor já via
e que ela ainda só imaginava
nem sequer imaginava
então o muro quase dizia
mas depois, como sempre, calava
e a flor, que já as pétalas declinava,
ao muro que pressentia
num derradeiro esforço quase suplicava,
mas no silêncio da rocha que persistia
percebeu que algo apodrecia
e então, inevitável, se retirava
sem ter percebido que afinal o muro
na tarde repassada de brisa
que ainda pulsava
era já outra flor que inventava
Sem comentários:
Enviar um comentário