- 47 anos feitos discretamente há um mês
- um pai com demência em estado avançado
- uma mãe severamente deprimida
- na lista de espera para uma histerectomia e para uma menopausa precoce
- uma profissão que perde sentido todos os dias
- alguns (cada vez menos) amigos ausentes e/ou distantes, atarefados com as suas próprias vidas
- uma relação mal-acabada, minada desde o início por intransponíveis circunstâncias individuais, esvaziada pela ausência de cumplicidade (mea culpa, também)
- uma rotina marcada por horários rígidos, malas, trajectos, permanências provisórias
- eu própria desgastada, endurecida por tudo isto
- a certeza de que era imperativo mudar quase tudo e a impotência para o fazer
- o vazio até quase rebentar
- a raiva por ter que ser assim
- a angústia que aperta a garganta
- um grande cansaço...
Os versos de Florbela inscritos na paisagem e na alma:
"Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!"
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Eu e a minha circunstância
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