Há já muito tempo que o Sr. Borges é lança-bitaites de serviço em debates televisivos e "análises telejornalísticas" à situação do país. E tem sempre umas ideias muito vastas de como governar o país, de como melhorar a economia e a competitividade...etc, etc. Aliás, estranho é que, com tão vastas ideias sobre estas matérias, não seja já, e em simultâneo, primeiro-ministro e ministro da economia e finanças, caramba, que o homem é para lá de bom!... Ainda por cima andou lá por fora, coisa e tal... algo que, em Portugal, continua a ser uma excelente carta de recomendação, sobretudo quando se tem amigos influentes no(s) partidos do tal "arco do poder". Ora, o Sr. Borges tem isto tudo. Logo, só podia estar onde está.
Estranho seria pois se, agora que o psd está no governo, este lança-bitaites de alta cilindrada não tivesse direito a uma fatia do bolo. Podia lá ser! Vai daí, convida-se o homem para mandar bitaites sobre as privatizações da Parpública, bem como para fazer consultadoria ao Governo (seja lá isso o que for) e, porque o homem é mesmo muita bom, pode até acumular com funções na Fundação Champalimaud e no Grupo Jerónimo Martins, no qual ocupa uma posição de administrador não-executivo, e sabe-se lá que mais. Mais ninguém pode acumular funções, mas o sr. Borges tem até o beneplácito do primeiro-ministro para o fazer porque é mesmo muita bom, pronto! (ver aqui). Como tal, tem direito a auferir várias dezenas de milhares de euros mensais - para além de outras mordomias - num país em que o salário mínimo não chega aos 500€. E qual é o primeiro bitaite que o homem lança bem alto para todos ouvirem, assim logo às primeiras? Pois que se baixem os salários! Obviamente, os dos outros, que o dele é de outra dimensão (ler aqui), ou não fosse ele o sr. Borges!
Claro que isto calha ainda melhor logo agora que se sabe que o setor empresarial do estado duplicou os prejuízos no primeiro trimestre deste ano. Esperamos então para ver como é que este "iluminado" vai mudar as coisas!
Mas o sr. Borges tem mais que se lhe diga! E começam agora a surgir as primeiras informações verdadeiramente pertinentes sobre os seus pergaminhos. Segundo o correspondente financeiro do “Le Monde” em Londres, Marc Roche, numa entrevista à RR, “O FMI disse-me que se livraram dele [António Borges] porque não estava à altura do trabalho e agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatização. Há perguntas que têm de ser feitas”.
Como é que se juntam todas as peças deste puzzle? O mais provável é que ninguém venha a descobrir ao certo todas as peças necessárias para o conseguir. Mas, por outro lado, só estas já são suficientes para perceber o verdadeiro calibre do figurão e como, afinal, até nem é assim tão misterioso quanto isso...
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