Desde há algum tempo que manifestamos o nosso descontentamento nas ruas com alguma regularidade (hoje é um deses dias) e de várias formas - a recente vitória dos Homens da Luta no anacrónico e anquilosado Festival da Canção é só uma delas - MAS, no essencial, continuamos a ser o país dos três F's:
1. Futebol
2) Fátima
3) Fado
A verdade é que, nos momentos em que as nossas acções e decisões verdadeiramente contam, isto é, no momento de votarmos e de expressarmos a nossa maturidade cívica nas urnas, no momento em que as coisas poderiam de facto ser mudadas por vontade e decisão nossa, no momento em que o nosso NÃO conta e serve, de facto, para alguma coisa, o que é que fazemos? Aqui vai o eloquente exemplo:
4) Fogo!...
(mais cinco anos a ouvir a naftalínica oratória deste senhor!)
E esta é, para mim, a melhor prova de que continuamos a ser um povo submisso (leia-se aborregado): Então já ninguém se lembra do que aconteceu quando este senhor era primeiro ministro? Mas há ainda pior (se tal for possível): olho para ele e antevejo o futuro político de Sócrates daqui a uns anitos, quando as consequências desastrosas dos seus actuais e patrióticos feitos tiverem sido branqueadas pela fraquinha memória do zé povinho.
E é justamente na denúncia destas contradições e heresias da nossa 'luta' que está toda a genialidade da dupla Jel e Falâncio. Mesmo a sua indumentária resgatada à década de 70 é bem reveladora desta nossa peculiar forma de estar e de encarar o mundo: sempre a olhar para trás. Os da direita, saudosos do "tempo da outra senhora" em que o povo levava porrada para não sair dos eixos da obediência amedrontada, e os da esquerda, saudosistas do PREC, tempo em que o povo, embora desorientado e sem rumo, era, justamente por isso, quem mais (des)ordenava o país. E no entanto a verdade lapalissiana é que o tempo só avança numa direcção: para a frente. Olhar para trás e suspirar é puro desperdício de tempo e de energia.
Já agora convinha não perdermos de vista que Jel e Falâncio não "fazem a luta", são personagens satíricas que fazem humor. Os "Homens da luta" gravam intervenções para programas de humor que passam na televisão. E isto, tanto quanto eu saiba, não é fazer a luta. Essa, nós é que temos que a fazer todos os dias e, de preferência, de uma forma coerente e consequente. Mas enfim, receio bem que ainda não seja desta que alguma coisa vá mudar, de facto, neste país... Vai uma aposta para as próximas legislativas?
Já agora convinha não perdermos de vista que Jel e Falâncio não "fazem a luta", são personagens satíricas que fazem humor. Os "Homens da luta" gravam intervenções para programas de humor que passam na televisão. E isto, tanto quanto eu saiba, não é fazer a luta. Essa, nós é que temos que a fazer todos os dias e, de preferência, de uma forma coerente e consequente. Mas enfim, receio bem que ainda não seja desta que alguma coisa vá mudar, de facto, neste país... Vai uma aposta para as próximas legislativas?
E sabem que mais? É por tudo isso que eu digo 'Quiriquiriquiriquiriqui' para isto tudo...
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