Por estes dias que vivemos os dois principais candidatos à (des)governação do país (e respectivos serviçais) desmultiplicam-se em declarações e contra declarações, reuniões, entrevistas, discursos, tiradas, slogans e promessas. Falam, falam, falam sem parar. Uma verborreia imparável que já não se aguenta. Mas o que dizem, afinal?
Há um brevíssimo poema que sintetiza bem o conteúdo destes quase solilóquios delirantes de vaidade e de presunção, ou não fosse ele de Alexandre O'Neill:
Discurso
no dize-tu-direi-eu
havia um que dizia
quer dizer é como quem diz
que o mesmo é não dizer nada
tenho dito
In Poesias Completas
Assírio & Alvim, Lisboa, 2000
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