Clude Monet: The Bodmer Oak (Fontainebleau), 1865, óleo s/ tela |
Oh Primavera do meu país,
Tempo de encanto sereno e límpido
Que dás ao campo as cores do verde
O verde puríssimo da erva nova.
És tu que trazes, oh Primavera,
A força indomável dos ramos jovens
O viço e o verde da fresca folhagem
Da velha tília no arroio debruçada.
És tu que fazes, oh Primavera,
Pular aa truta na água do rio
O javali fugir na funda ravina
Pelos caminhos da desolação
O veado erguer-se altivo e só
Na penha mais nobre das fragas altíssimas
Olhando as crias de fulva pelagem
Correr e saltar no prado macio.
És tu que fazes, oh Primavera,
Crescer as bagas na ramaria
Pender os frutos nas árvores frondosas
Cintilar os peixes na água do lago.
Bela é a cor, oh Primavera,
Do lírio branco que fazes nascer
E suave o múrmúrio, oh Primavera,
Do regato de prata a correr no vale.
Autor desconhecido (séc. XII), in A Perfeita Harmonia – Poemas celtas da natureza,
Trad. José Domingos Morais, Lx: Assírio e Alvim, 2004
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