Os valores do crédito malparado não param de subir. De acordo com o Público "O peso deste crédito de cobrança duvidosa sobre o total dos empréstimos concedidos a famílias e empresas passou, pela primeira vez, os 6% em Julho, atingindo, mais concretamente, 6,13%. É o valor mais alto desde que o BdP tem registo destes dados, ou seja, desde 1997."
Contudo, ninguém fala - nem convém a alguns que se fale - é das razões que levaram muitas destas as famílias a este ponto. Menos ainda convém que se fale da responsabilidade dos próprios bancos nesta situação. Pois não foram eles que, durante anos e anos, bombardearam as pessoas com propostas de crédito ao consumo fácil e supostamente barato (na verdade nunca o foi) e, sobretudo, de cada vez mais créditos para casa, carro, viagens, mobílias, etc.? Chegou-se até ao cúmulo de esgrimir argumentos tentadores para atrair clientes já endividados noutros bancos, como é o caso deste anúncio datado de 96:
Agora querem o quê? Cá para mim estão é a colher aquilo que semearam... e sobre isso nunca ninguém lhes pediu explicações ou chamou a atenção. Nem o próprio Banco de Portugal, que tinha essa função. De qualquer forma, nesta, como noutras questões, quem está "malparado" não são as entidades bancárias. Essas, apesar de todas estas "cobranças duvidosas", continuam (estranhamente) a ter lucros na ordem dos milhões para dar aos seus acionistas.
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