domingo, 16 de setembro de 2012

Um enorme (e talvez conveniente) equívoco

O primeiro-ministro e o ministro das finanças fizeram-se entrevistar em direto para explicar ao povo por a + b + blá, blá, blá que as medidas que pensam tomar no próximo orçamento de estado são absolutamente necessárias para garantir a credibilidade do país nos mercados internacionais e junto da troika que nos financia e, por isso, nos governa.
Esqueceram-se foi de um pequeno mas decisivo detalhe: a total falta de credibilidade interna que os políticos têm neste momento junto dos cidadãos. Refiro-me não apenas aos do governo atual PSD/CDS), mas também os sobreviventes do governo anterior (PS) - agora na oposição - também não estão melhores. Descrédito construído paulatinamente ao longo de décadas de incompetência e desonestidade e perante  o qual os nossos políticos preferem a negação. E até se compreende: é bem mais fácil desta forma.
Não podem é depois vir dizer que «não esperavam uma reação assim» (ver aqui), que vão «modelar» as medidas, que vão »reunir a comissão política», que vão «ouvir o partido», blá, blá, blá. Ou seja, ganhar tempo para congeminar as troikas e baltroikas necessárias para ficar tudo como antes.
E somos nós, cidadãos, que temos de lhes dizer isso mesmo. Com firmeza e com clareza. Não há outra forma. Até porque, no fim, somos nós que pagamos as asneiras que eles têm feito. Foi o que fizemos ontem por todo o país e voltaremos a fazer mais vezes. Tantas quantas as necessárias.

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