Ao minuto 10:27 da entrevista que concedeu hoje à SIC (ver aqui), o ministro das Finanças foi questionado sobre a necessidade de forçar as empresas que controlam o mercado a baixar os preços de bens como a eletricidade, os combustíveis ou as comunicações, para compensar os contribuintes pelo agravamento brutal dos descontos para a segurança social, e pelo óbvio aumento de lucros que isso implica para as referidas empresas.
Foi aí que o ministro referiu então que "Em democracia, não devemos de maneira nenhuma subestimar o valor da opinião..."
Sobre a questão dos preços acrescentou ainda o seguinte: "Parece-me, no entanto, que o movimento cívico de opinião e o movimento cívico que leve a uma atitude responsável em setores protegidos é muito bem vindo." Ipsis verbis!
Não deixa de ser irónico que o ministro 'acredite' assim tanto na força da opinião dos cidadãos para influenciar as decisões de algumas das empresas mais poderosas do mercado (EDP, PT, Galp...) mas, curiosamente, não tenha revelado, em momento algum desta entrevista ou na conferência de imprensa que deu durante a tarde, que vai ter em conta as opiniões desses mesmos cidadãos relativamente às decisões que ele próprio está agora a tomar. Nem sequer as opiniões já expressas por especialistas reconhecidos e por gente de todos os quadrantes políticos (incluindo o seu), todos unânimes em considerar que estas medidas são o golpe final na possibilidade de inverter a situação que estamos a viver e são, sobretudo, a machada final na nossa esperança.
Estamos claramente a viver em 'demagocracia'. E já vale tudo.
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