quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E a privatização do Estado?

Como uma espécie de chuva ácida as notícias vão caindo diariamente nas páginas da imprensa:

"Não podemos ter medo de pensar no património como um negócio"
 

Parece que Saramago - que já tinha proposto a ideia há alguns anos atrás, quando a situação não era nem de perto de longe comparável ao que estamos a viver agora -  afinal, não era assim tão radical quanto isso:

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos. E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo...
E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos»


José Saramago, in Cadernos de Lanzarote – Diário III; Lx; Ed. Caminho; 1998

Privatizar o Estado? E porque não? Afinal, ele até tem sido um muito bom negócio (pelo menos para alguns).

E, já agora, de caminho, privatizem-nos também a alma para ser tudo ainda mais fácil!

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