XXXIV
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos como animais envelhecidos;
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede maor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor
vamos caindo ao chão apodrecidos.
Eugénio de Andrade, In As mãos e os frutos (1945-48),
Porto: Limiar, 1980
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