No meio dos papéis que, por uma ou outra razão (ou até sem razão), vou guardando descubro, às vezes, as mais estranhas coisas. De tal forma que a velha "caixa dos papéis" mais parece a caixa dos tesouros. Hoje, encontrei este pequeno anúncio publicado há já muitos anos no Público e que é uma autêntica pérola!
Na verdade, tratou-se de uma espécie de "isco" lançado para pescar uns quantos incautos que, sem falsas modéstias, acharam que até estavam à altura do desafio. Coitados, nunca receberam resposta mas, passado algum tempo, puderam ler o extenso artigo publicado no mesmo jornal com uma detalhada análise ao conteúdo dessas cartas-resposta. Tudo da autoria de uma jornalista (ou talvez socióloga?) que, enquanto mulher, desmascarava de forma impiedosa todos os tiques de um certo tipo de "macho luso" que insiste em não desarmar. Acho que o artigo também deve estar guardado na caixa dos papéis, mas não consegui encontrá-lo.
De qualquer forma, tantos anos depois da publicação do anúncio (certamente mais de uma década) os padrões masculinos definidos no brevíssimo texto continuam a pertencer ao domínio da mais pura fantasia e, talvez por isso mesmo, se mantenham tão apelativos. Afinal, qual é a mulher que não sonhou já com o "príncipe encantado"? Até as mais conscientes de que um homem assim, só mesmo nas Caldas ou na Bordallo Pinheiro?! E deve ser por isso também que, de vez em quando e contra todas as evidências ali mesmo à frente dos nossos olhos, continuamos a esbarrar contra a parede.
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