sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A "Face Oculta" da gastronomia portuguesa

O mega processo "Face Oculta" começa agora a fazer sentido para a maioria dos portugueses. Afinal, tudo não passou de uma tentativa de inventariar algumas das maravilhas da nossa gastronomia regional. Até agora, e apesar da imensa complexidade dos factos em apreço, a justiça já conseguiu com muito esforço apurar três delas, a saber: robalos, pão de ló de Ovar e alheiras de Vinhais (ler aqui).

Dão-se certamente alvíssaras a quem conseguir descobrir, no meio daquelas centenas de horas de inocente blá-blá-blá das escutas telefónicas realizadas durante meses a fio, quais eram as restantes iguarias degustadas por tão exclusivo clube de empresários  e empreendedores nacionais, certamente preocupados com a preservação da farta mesa em volta da qual costumavam sentar-se para discutir as potencialidades da riquíssima gastronomia regional. Ao que tudo indica, os agora arguidos  trocavam até entre si envelopes contendo receitas caprichadas e os respetivos segredos da sua elaborada confecção...

É por isso absolutamente compreensível o "incómodo" que Manuel Godinho - um dos promotores desta louvável iniciativa - veio agora manifestar, ao ser confrontado em tribunal com estas conversas à volta de tão melindroso (e sigiloso) assunto. Afinal todos sabemos como, nestas coisas das boas receitas da gastronomia nacional, o segredo é verdadeiramente a alma do negócio.


O "Face Oculta" até pode ser mais um beco sem saída na justiça portuguesa, mas tem pelo menos o mérito de ter elevado a cultura gastronómica nacional a um novo patamar.

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