domingo, 13 de novembro de 2011

Instituto do quê!?

Foi esta semana apresentado ao  país um novo instituto. Desta feita, o da Felicidade: http://www.institutodafelicidade.com.pt/. Claro que este, pelo menos por agora, não precisa de se preocupar com o corte das "gorduras" do estado porque tem como patrocinador a Coca-Cola. E também não é inédito. É assim uma espécie de "franchising" que a multinacional promove aí pelo mundo fora com vista a ficar bem na fotografia.

Coube à investigadora Helena Marujo divulgar nos media os resultados do primeiro estudo sobre a felicidade dos portugueses o qual pode ser consultado aqui. Em síntese: um português/esa feliz:


Ora eu que tenho passado tanto tempo a queimar os neurónios e a discutir as dificuldades - quando não mesmo as impossibilidades de ser feliz - olhei paraestas conclusões e pensei: afinal, eu tinha razão. É mesmo complicado ser feliz. Quando se é casado, não se é feliz com o parceiro. Quando se é casado e feliz, não se tem um emprego satisfatório ou nem sequer se tem emprego. Outras vezes, tem-se um emprego satisfatório, mas não se gosta da aparência física... E por aí fora. Nesta, como noutras áreas, as possibilidades combinatórias são quase infinitas. Por isso, este só pode mesmo ser um perfil idealizado e, como tal, muito improvável. Até porque a conjugação simultânea no mesmo espaço/tempo de tanta variável é, no mínimo, impossível.

Por isso, o melhor mesmo é imaginarmos um futuro mais ou menos próximo em que a felicidade se venda em garrafas. Da marca Coca-Cola claro! E com fórmula secreta como convém nestas coisas. Até lá, teremos que nos contentar com o nosso (des)governo. Ele encarrega-se de nos deixar todos os dias um pouco mais felizes. E, a este ritmo galopante, é bem provável que lá para os finais de 2013 já tenhamos alcançado o nirvana. Nessa altura o Instituto da Felicidade poderá fechar as portas, pois não haverá povo mais feliz que o nosso.

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