Santana do Campo; janeiro 2013 |
De Esopo conta a fábula
que a tartaruga só folgou
depois de, perseverante,
vencer em corrida
a lebre espertalhona.
Neste lugar se conta a história
de uma certa árvore com carapaça que,
à beira do caminho e
sem nada saber dessas
narrativas antigas,
espreguiça os ramos ao sol
enquanto as lebres mecânicas
correm velozes tentando vencer
até a própria dor.
Rindo-se de tais pressas inúteis,
a velha árvore, sábia, encolhe os ombros,
ajeita a casca e murmura:
Correr para quê, se a dor não foge,
ou sequer adormece com cantos de pássaro?
Melhor mesmo é deixar endurecer
a carapaça ao sol da manhã,
garantir que por aqui a dor não passa.
Só o tempo e muito devagar.
2 comentários:
Muito BONS
foto & Poema
beijinho
Platero, obrigada pelo incentivo.
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