Também li hoje, na secção de Economia do Público que o douto Gaspar foi a Washington assegurar ao FMI que “No meu país, as pessoas estão completamente dispostas a sacrificar-se e a trabalhar mais para que o programa de ajustamento seja um sucesso desde que esse esforço seja repartido de forma justa” e que,“Temos tido o cuidado de proteger os menos favorecidos e os mais vulneráveis ao definir os cortes na Segurança Social e no sistema de saúde quando aumentámos os impostos. Esse é um elemento-chave do sucesso do programa.”
Confesso que as expressões "as pessoas estão completamente dispostas a sacrificar-se", "esforço repartido de forma justa" (será uma referência irónica ao poema de Sophia?), "cuidado" e, sobretudo, a repetição da palavra "sucesso" me deixaram particularmente agoniada, para além de estupefacta. Mas percebi: o sucesso do "programa de ajustamento" está dependente de uma espécie de harakiri nacional que está a ser levado a cabo pelo excelso governo. E quantos mais forem sacrificados, mais sucesso ele terá.
Só é de lamentar que, em matéria de "sacrifícios", como aliás em tantas outras, o exemplo nunca venha de cima. Para variar. Ah, e já agora, é com esta espada, sr. ministro...
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