Descobrir um novo blogue é um pouco como encontrar, à beira-mar, uma garrafa contendo uma mensagem: o autor/emissor é-nos desconhecido, tal como o intuito com que foi lançada ao oceano, ou o local e as circunstâncias em que tudo aconteceu. É quase certo que não somos o destinatário directo da mensagem que transporta consigo, mais certo ainda é que aquela mensagem nem tenha sequer um destinatário concreto. Certamente que ela não fará a diferença nas nossas vidas, mas o acaso trouxe-a até nós... Por isso, deixamo-nos vencer pelo impulso de a abrir e de ler a mensagem que contém.
Procuramos lá dentro alguma coisa, ou alguém, nem saberemos definir bem o que é, ou quem é. Mais do que o conteúdo específico de uma qualquer mensagem, no fundo, procuramos o eco dos nossos medos e angústias, procuramos a certeza de que, afinal, ainda não estamos completamente sós. Procuramos a certeza de que ainda resta alguém do lado de fora do muro que rodeia a nossa vida. Imaginamos então que, talvez, esse alguém se importe com as mesmas coisas que nós. Às vezes é só isso que temos e apenas isso nos basta.
As ironias da (in)comunicação de que estamos rodeados são o tema desta curta metragem "The message":
Sem comentários:
Enviar um comentário