A meio da noite insonolenta, certo verso aforístico de uma canção dos The Sounds insiste em ecoar-me na cabeça - Home is where your heart is. Ora eu, que tenho a vida dividida por duas casas e cidades distintas, ainda nunca deixei de ser uma espécie de "sem abrigo": o coração (seja lá isso o que for) não está em nenhuma delas, nunca esteve. Continua à espera de encontrar um sítio para morar, uma casa a que possa chamar sua. Absurdamente, dei por mim a concluir que só encontra quem procura, e não quem se acomoda ao que tem. Veio-me então à ideia um ppt recebido no mail há uns dias: falava de ciclos que deviam ser encerrados para que ciclos novos se pudessem iniciar. Pois, e como é que se encerra um ciclo chamado a vida inteira, assim, de um momento para o outro? E será mesmo possível mudar a/de vida, ou tudo isso não passará de uma ilusão sedutora com que entreter o pensamento em alturas difíceis até que a dor se torne suportável? Depois... depois, acho que adormeci.
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