sábado, 4 de fevereiro de 2012

A bailarina emplumada

EN 18 - 5/2/2012

Grácil, a garça caminha pela berma escalvada. A espaços, a brisa levanta-lhe as alvas penas do tutu e espreita-lhe o corpo esguio. De repente estaca, inclina a cabeça para o lado e fica imóvel como se escutasse a voz da terra. Depois, com um impulso do pescoço, recomeça a caminhada matinal. Em pontas, a nívea bailarina emplumada executa a solo, sobre o manto gelado do chão, o impiedoso bailado da sobrevivência. E dança com tanta graça que, visto assim de relance, o bailado da garça até parece fácil.

EN 18 - 5/2/2012

Sem comentários: