quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Do Vento

Sibila lá fora um vento gelado, alucinado, que nos deixa a pele mordida.

Este vento cospe lugares de
Fogo traz na boca cinza
Queimada onde a ignorância
Transforma a noite em esquecimento
Queima as folhas das árvores
Onde um dia escrevi este poema
De pó sobrevivente

Carlos Moura, "Último Verão", In Palavras de Vento e de Pedra,
Fundão: Encontro do Vento/Festival de Castelo Novo, 2006

Não será o inquietante Mistral que Joris Ivens tentou filmar em 1965, mas é igualmente exasperante.



Sem comentários: