Em 1516 Thomas More escreveu De Optimo Reipublicae Statu deque Nova Insula Utopia, algo como Sobre o melhor estado de uma república e sobre a nova ilha Utopia, mais conhecido como apenas Utopia. Todos os que vivem nesta ilha imaginada trabalham para o bem comum. O luxo supérfluo foi banido do quotidiano de Utopia, cujos habitantes prezam a justiça sob todas as formas. Um lugar assim, tão perfeito e justo, nunca existiu, nem poderá vir a existir. Por isso, o neologismo "utopia" criado por More acabou por designar "lugar considerado irreal", tornando-se sinónimo de "fantasia" e de "projecto irrealizável".
Várias, e muito distintas entre si, foram as "utopias" criadas ao longo do tempo. Propunham sociedades justas em que os homens - todos - seriam melhores pessoas. Durante muito tempo, houve gente que acreditou ser possível chegar mais perto desse mundo melhor, porque mais justo, onde todos seriam mais "iguais" embora diferentes.
Contudo, a globalização pôs fim às ilusões e hoje já ninguém acredita num mundo melhor, nem sequer mais justo. Os dias que vivemos, aliás, demonstram que estamos a caminhar, precisamente, na direcção oposta.
A "utopia" é hoje uma palavra que desvanece num muro em escombros, rodeada por silvas que a vão asfixiando lentamente. De uma certa forma, assim estamos nós também.
EN 18, 23/2/2012 |
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