O blogger está diante do monitor e escreve. A palavras tantas já não distingue se é ele que as escreve ou se são elas que o (d)escrevem e diz: mais do que meu, este texto sou eu. Olha as palavras-reflexo de si próprio, redigidas no espaço-tempo da escrita e reflecte sobre o perfeito jogo de espelhos que elas (também) representam. Relê-se e questiona-se: se alterar as palavras que me dizem, mudarei apenas o meu retrato ou mudará também alguma coisa em mim?
Contudo, este poder manipulador repentinamente (a)percebido nas palavras desperta nele medos antigos e decide quedar-se pelo parágrafo inicial do s(eu)-texto. Há lugares sombrios cobertos pela poeira do tempo que é melhor não perturbar, sedes que já não é possível mitigar e dores que é preferível não (esc)re(vi)ver. A não ser que se esteja preparado para as consequências...
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