A casa que Eduardo Lourenço apelidou de "castelo de sonhos de toda uma geração" de autores como Fernando Namora, Joaquim Namorado, Carlos de Oliveira, Rui Feijó e Afonso Duarte (a geração do Novo Cancioneiro) renasceu agora em Coimbra como "Casa da Escrita" (Rua Dr. João Jacintho, 8).
Desde 2007 que havia em Ponta Delgada algo de semelhante - a Morada da Escrita - Casa Armando Côrtes-Rodrigues - mas, no Continente, é (tanto quanto sei) a primeira no género. É um projecto ambicioso este que pretende fazer da antiga residência do poeta João José Cochofel um espaço único no panorama cultural do nosso país: residência de criadores, ponto de encontro entre o público e os escritores, biblioteca, locais adequados para escrita e leitura, dinamização de actividades direccionadas para o público escolar, livraria, jardim de acesso livre... A ideia parece-me, de facto, boa. Vamos ver é se há dinheiro para a levar em frente com as condições adequadas.
Só nos resta esperar que este "Pórtico" aberto para a escrita não se feche ou, como escreveu João Cochofel:
Desde 2007 que havia em Ponta Delgada algo de semelhante - a Morada da Escrita - Casa Armando Côrtes-Rodrigues - mas, no Continente, é (tanto quanto sei) a primeira no género. É um projecto ambicioso este que pretende fazer da antiga residência do poeta João José Cochofel um espaço único no panorama cultural do nosso país: residência de criadores, ponto de encontro entre o público e os escritores, biblioteca, locais adequados para escrita e leitura, dinamização de actividades direccionadas para o público escolar, livraria, jardim de acesso livre... A ideia parece-me, de facto, boa. Vamos ver é se há dinheiro para a levar em frente com as condições adequadas.
Só nos resta esperar que este "Pórtico" aberto para a escrita não se feche ou, como escreveu João Cochofel:
Outros serão
os poetas da força e da ousadia.
Para mim
— ficará a delicadeza dos instantes que fogem
a inutilidade das lágrimas que rolam
a alegria sem motivo duma manhã de sol
o encantamento das tardes mornas
a calma dos beijos longos.
(Um ócio grande. Morre tudo
dum morrer suave e brando...
Que os outros fiquem com o seu fel
as suas imprecações
o seu sarcasmo.
Para mim
será esta melancolia mansa
que me é dada pela certeza de saber
que a culpa é sempre minha
se as lágrimas correm ...
in "Obra Poética"
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