Aos 70 e tal anos de idade Leonard Cohen cumpre com brilhantismo as etapas duras de uma tournée mundial de quase duzentos concertos, incluindo o de Lisboa em Outubro passado. Por todo o lado salas cheias e o mesmo fascínio de sempre pela música, pelas palavras e pelo intérprete. Com a elegância (re)conhecida, Cohen celebra com o público a música e, no fim de contas, também a própria vida. O álbum agora lançado, "Songs from the road", constitui o registo para memória futura de todos esses momentos que Cohen viveu intensamente com o público.
Como escreveu Luís Maio, "Leonard Cohen ensinou-me algum inglês, muita poesia e várias estratégias de sedução, que me guiaram na adolescência. Regressou como minha banda sonora favorita nas temporadas de folia, copofonia e alguma libertinagem à entrada da casa dos 30. Serviu-me de conselheiro e sobretudo de consolo na época das dúvidas existenciais e dos tombos dos 40. Agora nenhum outro cantor é para mim mais familiar e me dá tanto prazer ouvir." Salvaguardadas as devidas diferenças subscrevo inteiramente estas palavras: pois a música de Cohen também tem sido a banda sonora de muitos dos meus dias e noites, já lá vão várias décadas.
Pode dizer-se de alguém que consegue tocar assim a vida dos outros que ganhou "O futuro".
Sem comentários:
Enviar um comentário