Aqui há uns tempos atrás tinha na caixa de correio uns folhetos publicitários do Intermarché que prometiam carne de vaca ao preço da carne de porco, carne de porco ao preço da carne de frango, e por aí fora... Ah e tudo carne de primeira qualidade, claro está!
Mas o que é isso agora, quando comparado com a maré viva de promoções de 50% - umas com mais, outras com menos condições - que este fim de semana inundará os hipermercados de norte a sul do país. Assim por alto temos então:
Para lá da própria brutalidade deste tipo de campanhas - até porque as pessoas gastaram praticamente tudo o que tinham na carteira no passado dia 1 de maio e, com o mês ainda a meio, já estão de novo a ser pressionadas para irem gastar mais dinheiro -, há também uma outra questão: a qualidade da carne. Se, em condições normais de consumo, já passam despercebidas de vez em quando situações muito perigosas para a nossa saúde (nitrofuranos, toxinas várias, antibióticos e esteróides, doença das vacas loucas, etc) quem é que pode assegurar, com este tremendo afluxo de animais aos matadouros, que não há/haverá problemas?
E onde é que um país com tão poucos recursos e com a seca que estamos a passar, tem esta quantidade de animais prontos para abater e em número suficiente para satisfazer a procura de tantas promoções em simultâneo, sem recorrer à importação maciça de carne de origem e qualidade também elas discutíveis?
Mais, a continuarmos a este ritmo:
Primeiro - não sobrará desta triste história uma vaca, um porco ou uma galinha (e lá teremos o preço da carne e seus derivados a subir, claro está);
Segundo - o número de obesos deverá subir em flecha pois só assim é que se poderá dar conta de tanta comida antes que ela se estrague.
Enfim, não seria já tempo de todos nós, cidadãos e consumidores, começarmos a pensar um pouco pela nossa própria cabeça, em vez de irmos logo a correr ao primeiro toque da campaínha, como o cão de Pavlov?
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