São nada menos que sete os anúncios de empresas de compra de ouro que enchem as páginas de um folheto de supermercado travestido de jornal (Dica da Semana) que todas as semanas é introduzido na minha caixa de correio. Também as páginas de anúncios dos jornais diários idem aspas e os próprios sítios de internet estão crivados deles. A pesquisa "empresas de compra e venda de ouro" no Google encontra mais de 350 mil resultados, só para Portugal. Não é de espantar já que, segundo o jornal "i", abrem diariamente duas novas empresas destas.
Onde antes havia comércio tradicional, entretanto forçado a encerrar portas por causa da crise, há agora lojas de compra e venda de ouro, algumas delas em regime de franchising. Mesmo no interior do país, é fácil encontrá-las. Certas empresas chegam a ter duas ou mais lojas em cada cidade. (ver vídeo aqui).
De repente, o desespero de muitos tornou-se o sucesso de umas quantas centenas de empresários que proliferam em todo o território nacional. Ao que parece, as margens de lucro estão bem acima dos 20%. Nada mau em tempos de crise! Sobretudo porque a fiscalização das autoridades relativamente à origem das peças transacionadas e às questões fiscais também não deve ser lá muito rigorosa.
Só há nisto tudo uma questão que me intriga: os que agora andam a tapar buracos financeiros vendendo os anéis, que farão quando eles se acabarem? É que estas "lojas" e respetivos donos depressa descobrirão outro filão qualquer. Mas para os que só já têm os dedos não será bem assim...
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