domingo, 13 de maio de 2012
Um Domingo Estoril
de passarem navios, petroleiros.
de passarem às vezes cruzadores.
de pasarrem as nuvens e os veleiros.
de cansarem o olhar os pescadores.
de passarem atletas e mulheres.
de passarem os cães e os namorados.
e, em seus óculos grandes como halteres,
inglesas lambiscando os seus gelados.
de passarem as ruivas do casino,
sardentas e lascivas, e o ginasta
que em frente dos banhistas faz o pino.
de passar o comboio que se afasta.
de passar, repassar a multidão
de um domingo estoril no paredão.
Vasco Graça Moura, In Cem Poemas Portugueses do Riso e do Maldizer,
Lx: Terramar, 2003, (sel, org e introd de José Fanha e José Jorge Letria)
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