Na entrada do dia 19/12/1940 do seu diário Susan Sontag escreveu que “A poesia tem de ser: exacta, intensa, concreta, significativa, ritmica, formal, complexa.” (In Renascer – Diários e Apontamentos, 1947-1963, Quetzal). E é assim, exactamente assim, a poesia de Irene Lisboa.
Nova, Nova, Nova, Nova
Não era a minha alma que eu queria ter.
Esta alma já feita, com seu toque de sofrimento
E de resignação, sem pureza nem afoiteza.
Queria ter uma alma nova.
Decidida, capaz de tudo ousar.
Nunca esta que tanto conheço, compassiva, torturada, de trazer por casa.
A alma que eu queria e devia ter...
Era uma alma asselvajada, impoluta, nova, nova, nova, nova!
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