Ontem foi dia do nosso já habitual jantar de fim de ciclo anual. Estavam ao todo nove pessoas, todas mulheres, pois os dois únicos homens que integram o Núcleo da AI tinham mais que fazer. A nossa líder-presidente há já vários anos que marca mesa em restaurante que fica a jeito e que tem uma boa relação qualidade/preço chamado, muito a despropósito, “Solar do Leão”. E digo isto porque, tratando-se de uma cave sombria e com uma decoração de fugir (como se pode verificar na ilustração abaixo), situada nas traseiras de um prédio, seria talvez mais adequado chamar-lhe covil ou algo assim.
Sentadas numa mesa ao fundo da sala, escolhidos os pratos, iniciávamos já as entradas quando, de repente, uma das comensais, sentada de frente para a parede nos diz que comunica, com toda a calma e sangue-frio que há uma barata a subir a parede. Perante tal informação quase saltei na cadeira, pois baratas são bichos que, por todas as razões, abomino, mais ainda quando estou à mesa. Virei-me e, de facto, lá estava ela na parede. E que barata. Na verdade foi a maior que já vi até hoje embora, para dizer a verdade, não tenha visto assim tantas, felizmente!.
Fiquei pasmada pois quando há bichos daquela corpulência a passear assim, em plena luz do dia, é melhor nem começar a imaginar o que andará por lá escondido quando não há ninguém na sala. O corpulento insecto também deve ter percebido que estava a dar muito nas vistas e resolveu apressar-se parede acima à procura de um abrigo que encontrou atrás de um prato que lá estava pendurado. E eu, encolhida na minha cadeira a seguir-lhe os movimentos com muita atenção, não resolvesse o bicho saltar e calhar-me a mim ser pista de aterragem (é que estas coisas têm tendência para acontecer comigo). Por esta altura, nas outras mesas, os restantes clientes também já tinham visto a barata mas, como a maioria eram homens e, na nossa mesa, só havia mulheres, as reacções tomaram um rumo assim um tanto jocoso, com uns risos escarninhos,até mesmo parvinhos, à mistura. Claro que se fosse na mesa deles outro galo cantaria (ou será que não?).
Com o alvoroço a subir de tom o proprietário que circulava sereno e seráfico por entre as mesas como se nada daquilo lhe dissesse respeito, não teve outro remédio senão ir à cozinha e regressar de lá de vassoura em punho para resolver a situação. Deu um toque no prato para fazer sair a barata do esconderijo improvisado e começou a persegui-la pela parede marcando o ritmo com fortes com fortes vassouradas. Mas a barata, já velha e sabida, avançava sem hesitações, de asas em riste, mais parecendo uma leoa enfurecida (e deve ser daqui que vem o nome dado ao restaurante) dando saltos, meio a esvoaçar. Por fim lá lhe acertou e, quando o bicho caiu atordoado no chão, deu-lhe o golpe de misericórdia com uma tremenda pisadela. Depois, com a desenvoltura de quem já leva longa prática, pegou num guardanapo de papel de uma das mesas postas, mas ainda não ocupadas, apanhou os despojos do chão e disse com um sorriso triunfante a iluminar-lhe o rosto: “esta já foi!”. Eu, estarrecida com aquele autêntico filme de horror ali mesmo, à minha frente, só me apetecia levantar e sair a correr, mas porque sim e porque também, acabei por ficar.
Não será preciso dizer que a comida – carapaus fritos com arroz de tomate, um dos meus pratos preferidos – ficou quase toda no prato, embora aspecto e sabor fossem óptimos, simplesmente não passava. E a pouca que com esforço engoli não me calhou lá muito bem. No fim, dispensei a sobremesa porque receei francamente encontrar alguma coisa estranha na mousse de manga, que é a especialidade da casa, e rematei com um café. Tão depressa quanto consegui, sugeri às minhas companheiras que pedíssemos a conta e avisei a cara presidente do Núcleo que comigo, ali naquele covil infestado de baratas, não contasse mais.
Sentadas numa mesa ao fundo da sala, escolhidos os pratos, iniciávamos já as entradas quando, de repente, uma das comensais, sentada de frente para a parede nos diz que comunica, com toda a calma e sangue-frio que há uma barata a subir a parede. Perante tal informação quase saltei na cadeira, pois baratas são bichos que, por todas as razões, abomino, mais ainda quando estou à mesa. Virei-me e, de facto, lá estava ela na parede. E que barata. Na verdade foi a maior que já vi até hoje embora, para dizer a verdade, não tenha visto assim tantas, felizmente!.
Fiquei pasmada pois quando há bichos daquela corpulência a passear assim, em plena luz do dia, é melhor nem começar a imaginar o que andará por lá escondido quando não há ninguém na sala. O corpulento insecto também deve ter percebido que estava a dar muito nas vistas e resolveu apressar-se parede acima à procura de um abrigo que encontrou atrás de um prato que lá estava pendurado. E eu, encolhida na minha cadeira a seguir-lhe os movimentos com muita atenção, não resolvesse o bicho saltar e calhar-me a mim ser pista de aterragem (é que estas coisas têm tendência para acontecer comigo). Por esta altura, nas outras mesas, os restantes clientes também já tinham visto a barata mas, como a maioria eram homens e, na nossa mesa, só havia mulheres, as reacções tomaram um rumo assim um tanto jocoso, com uns risos escarninhos,até mesmo parvinhos, à mistura. Claro que se fosse na mesa deles outro galo cantaria (ou será que não?).
Com o alvoroço a subir de tom o proprietário que circulava sereno e seráfico por entre as mesas como se nada daquilo lhe dissesse respeito, não teve outro remédio senão ir à cozinha e regressar de lá de vassoura em punho para resolver a situação. Deu um toque no prato para fazer sair a barata do esconderijo improvisado e começou a persegui-la pela parede marcando o ritmo com fortes com fortes vassouradas. Mas a barata, já velha e sabida, avançava sem hesitações, de asas em riste, mais parecendo uma leoa enfurecida (e deve ser daqui que vem o nome dado ao restaurante) dando saltos, meio a esvoaçar. Por fim lá lhe acertou e, quando o bicho caiu atordoado no chão, deu-lhe o golpe de misericórdia com uma tremenda pisadela. Depois, com a desenvoltura de quem já leva longa prática, pegou num guardanapo de papel de uma das mesas postas, mas ainda não ocupadas, apanhou os despojos do chão e disse com um sorriso triunfante a iluminar-lhe o rosto: “esta já foi!”. Eu, estarrecida com aquele autêntico filme de horror ali mesmo, à minha frente, só me apetecia levantar e sair a correr, mas porque sim e porque também, acabei por ficar.
Não será preciso dizer que a comida – carapaus fritos com arroz de tomate, um dos meus pratos preferidos – ficou quase toda no prato, embora aspecto e sabor fossem óptimos, simplesmente não passava. E a pouca que com esforço engoli não me calhou lá muito bem. No fim, dispensei a sobremesa porque receei francamente encontrar alguma coisa estranha na mousse de manga, que é a especialidade da casa, e rematei com um café. Tão depressa quanto consegui, sugeri às minhas companheiras que pedíssemos a conta e avisei a cara presidente do Núcleo que comigo, ali naquele covil infestado de baratas, não contasse mais.
Paguei, não reclamei (e raios me partam pela passividade!) e fui-me embora para não mais voltar a pôr lá os pés! Acho incrível que coisas destas continuem a acontecer na nossa 'desenvolvida pátria' que tem no turismo e, consequentemente, na hotelaria e na restauração, a sua saída económica mais viável! Parece-me que os proprietários preferem perder os clientes a gastarem o dinheiro necessário (nem será assim tanto) para desinfestar os restaurantes. Ao menos eduquem os bichos para eles não aparecerem assim feitos abelhudos na mesa dos clientes, pois como diz o sábio povo "olhos que não vêem, coração que não sente"...
E depois admiram-se de ter que fechar as portas por falta de clientes, ou ainda têm a desfaçatez de dizer que a culpa é da crise... Pois sim!! E já agora por onde andarão os senhores inspectores da Asae?... Estarão de férias?...
E depois admiram-se de ter que fechar as portas por falta de clientes, ou ainda têm a desfaçatez de dizer que a culpa é da crise... Pois sim!! E já agora por onde andarão os senhores inspectores da Asae?... Estarão de férias?...
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