O silêncio pode ser uma imposição, mas é quase sempre uma escolha, mais ou menos consciente. Algumas vezes é impotência face ao que nos transcende. Outras vezes reduz-se a simples preguiça e comodismo.
Mas vezes há, muitas, demasiadas até, em que o silêncio não passa de uma mera abstenção por cobardia, de uma forma prática e simples de acomodar a consciência ou os sentimentos numa espécie de vazio forrado de algodão. Este é, contudo, um silêncio podre na sua imobilidade e, por isso mesmo, mortal: pouco ou nada sobrevive de nós e em nós num silêncio assim. Tem, ainda, a grande (des)vantagem de ser uma morte lenta, que nos deixa saborear longamente os frutos do que fomos plantando.
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