Razões urgentes levaram-me ontem, ao fim da tarde, a optar pela auto-estrada em detrimento da habitual N18, que começa notoriamente a sofrer os efeitos dos chamados movimentos pendulares ao início e ao fim do dia. Contudo, e apesar da hora, no breve percurso entre Estremoz e Évora não me devo ter cruzado com mais de uma dezena de veículos, na maioria camiões e comerciais. Foi só à saída, na altura de fazer o pagamento que compreendi a razão dessa ausência de tráfego: quarenta e poucos quilómetros custaram-me uns inacreditáveis 2.55€?! E já nem sequer é preciso pagar o ordenado aos portageiros pois é o próprio condutor que faz todas as operações. No entanto, acredito que a Brisa tenha alegado que os dispensou porque o pouco movimento da via não justificava os elevados custos anuais com o pessoal. Mas, se pensarmos bem, estes preços demovem até os mais persistentes.
Claro que, terminada a grande orgia de alcatrão, betão e corrupção patrocinada pelos milhões caídos de páraquedas da CEE/UE durante toda a década de 90, é agora preciso pagar duas coisas: a construção das auto-estradas e a sua custosa manutenção. No entanto, com preços destes, não estou lá muito bem a ver como é que vão conseguir captar clientes em número suficiente para pagar isso tudo e garantir ainda os lucros que financiem os belos vencimentos e benesses do conselho de administração das empresas concessionárias e afins. A não ser que tenham decidido sugar o dinheiro todo aos poucos palermas que – por distracção ou por absoluta necessidade – tenham a infeliz ideia de transitar por elas, à semelhança do que o Estado faz aos tansos que não podem ou não sabem escapar ao fisco.
Parece-me mas é que a Brisa e outras grandes empresas portuguesas detentoras de monopólios diversos – electricidade, refinação de petróleo, etc, etc – estão a recorrer a uma estratégia que configura algo de semelhante àquele velho caso da morte prematura da galinha dos ovos de ouro...
Parece-me mas é que a Brisa e outras grandes empresas portuguesas detentoras de monopólios diversos – electricidade, refinação de petróleo, etc, etc – estão a recorrer a uma estratégia que configura algo de semelhante àquele velho caso da morte prematura da galinha dos ovos de ouro...
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