Uma destas noites fui ao cinema, velho hábito há muito perdido, para ver um filme de Woody Allen (e também já nem me lembro há quanto tempo não via um filme dele sentada numa sala de cinema). Anunciava-se uma "comédia romântica", etiqueta que no nosso país é posta em quase tudo quanto é filme e que, tantas vezes, nos deixa um sabor amargo na boca pelo tempo perdido a ver tais "coisas".
Chama-se então You Will Meet a Tall Dark Stranger, foi rodado em Londres no ano passado e procura demonstrar uma premissa proferida por Macbeth: a de que a vida "it is a tale/ Told by an idiot, full of sound and fury,/ Signifying nothing" (William Shakespeare, Macbeth, Acto 5, Cena 5).
Todo o filme se constrói à volta de uma família - pais, filha e genro - e de todos os que com ela se vão cruzando. No momento em que a narrativa se inicia as coisas já não correm lá muito bem, mas vão-se paulatinamente complicando à medida que o enredo avança. E nada escapa à "fúria" destrutiva deste vendaval que sopra baixinho ao longo de todo o filme: profissão, casamento, família, amigos, relações amorosas... No final, ninguém escapa e nada fica de pé. Todos ficam mal e mesmo quem já não estava bem logo de início, fica pior ainda no fim. Exactamente como na vida, afinal. Ou seja, Woody Allen faz-nos aqui uma demonstração brilhante de como a premissa de Macbeth/Shakespeare está, afinal, assustadoramente certa.
Podemos sempre questionar para que serve um filme assim quando ele é sobretudo a arte imitando a vida ("uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria e que, no fim, não significa nada"), quando desta estamos já todos saturados. Mas nem é preciso pensar muito para encontrar várias boas razões: diálogos bem construídos, inteligentes e plenos de uma ironia de veludo que se saboreia longamente, um enredo-puzzle que é, na verdade, uma farsa sofisticada, em que as peças se vão encaixando na perfeição, uma fotografia soberba, cenários fantásticos, actores excelentes e, sobretudo, convincentes, uma banda sonora de luxo. Um filme de Woody Allen, portanto.
Chama-se então You Will Meet a Tall Dark Stranger, foi rodado em Londres no ano passado e procura demonstrar uma premissa proferida por Macbeth: a de que a vida "it is a tale/ Told by an idiot, full of sound and fury,/ Signifying nothing" (William Shakespeare, Macbeth, Acto 5, Cena 5).
Todo o filme se constrói à volta de uma família - pais, filha e genro - e de todos os que com ela se vão cruzando. No momento em que a narrativa se inicia as coisas já não correm lá muito bem, mas vão-se paulatinamente complicando à medida que o enredo avança. E nada escapa à "fúria" destrutiva deste vendaval que sopra baixinho ao longo de todo o filme: profissão, casamento, família, amigos, relações amorosas... No final, ninguém escapa e nada fica de pé. Todos ficam mal e mesmo quem já não estava bem logo de início, fica pior ainda no fim. Exactamente como na vida, afinal. Ou seja, Woody Allen faz-nos aqui uma demonstração brilhante de como a premissa de Macbeth/Shakespeare está, afinal, assustadoramente certa.
Podemos sempre questionar para que serve um filme assim quando ele é sobretudo a arte imitando a vida ("uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria e que, no fim, não significa nada"), quando desta estamos já todos saturados. Mas nem é preciso pensar muito para encontrar várias boas razões: diálogos bem construídos, inteligentes e plenos de uma ironia de veludo que se saboreia longamente, um enredo-puzzle que é, na verdade, uma farsa sofisticada, em que as peças se vão encaixando na perfeição, uma fotografia soberba, cenários fantásticos, actores excelentes e, sobretudo, convincentes, uma banda sonora de luxo. Um filme de Woody Allen, portanto.
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