Às primeiras horas do dia 25 de Abril de 74, o MFA emitia um comunicado em que solicitava à população que aguardasse em casa o desenrolar dos acontecimentos.
Mas a alegria e a esperança transbordaram e todos sairam em massa à rua para festejar em tempo real a revolução em curso. Nesta ordem/apelo não cumprido está, simbolicamente, o que falta fazer ainda hoje: a revolução "por dentro" de cada um de nós, a revolução das mentalidades. E também a capacidade de autodisciplina e de perseverança, em detrimento do impulso momentâneo. Continuamos a ser um povo demasiado submisso e a ter muito medo do que é novo e/ou diferente. Continuamos a ser muito os chico-espertos que tudo fazem para garantir o seu mínimo e os outros que se lixem. Embora, depois, porque apenas conseguimos o tal mínimo, continuemos aí pela vida fora amargos e mesquinhos, criticando tudo e todos apenas porque sim.
Em 1974 fizemos sobretudo a festa "por fora", na rua, mas não fizemos a tal revolução "por dentro" e talvez seja também por isso que hoje, 37 anos depois, continuamos a andar aos círculos, sem sair muito do mesmo lugar.
Mas, apesar dos pesares, viva o 25 de Abril!
Mas, apesar dos pesares, viva o 25 de Abril!
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