Segundo a comunicação social, a campanha de recolha do Banco Alimentar foi a maior de sempre. Acredito, pois somos cada vez mais o País dos Coitados. Em vez de exigirmos competência e eficácia a quem governa os nossos parcos recursos, pactuamos é com quem enche os bolsos à nossa custa. Quando alguém chega a ser acusado de corrupção é sempre a mesma coisa: a montanha só pare ratos. E nem o sistema permite que possa parir outra coisa! Para isso acontecer seria necessário termos coragem e já se percebeu que não a temos. Os poucos casos de corrupção que se tornam estrelas do circo mediático são disso bom exemplo. Somos cada vez mais um país de crápulas, de arrivistas e de chicos-espertos. Coitado de quem não tiver capacidade de surfar estas ondas alterosas e mais coitado ainda será quem não estiver disposto a vender a alma e a dignidade, pois acaba triturado.
Deve ser por isso que, além de pagarmos os nossos impostos até ao último cêntimo (aqueles que os pagam, claro!), estamos sempre disponíveis para, do nosso bolso, ajudar quem precisa. Isto porque, lá bem no fundo, já sabemos que o dinheiro dos nossos impostos nunca chega a quem necessita, de facto, de ajuda. Ele serve é para manter o sistema como está (e não é nada barato!) e para encher os bolsos de quem sabe mexer os cordelinhos e tem amigos bem colocados na vida.
Qualquer dia precisamos de ganhar três salários: um para pagar o sistema, claro está, outro para ajudarmos quem precisa e o terceiro para nós próprios podermos sobreviver. Merecemos bem a sátira de Armindo Mendes de Carvalho. Ai! Ele sabia bem do que falava...
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