sexta-feira, 17 de junho de 2011

Alentejo contra a crise: copiar é preciso

Évora é o que está a dar (pelo menos por um ou dois dias) nos telejornais. Ele é a "Pig parade" (versão adpatada à tradição gastronómica local da ainda mais vistosa "Cow parade", que animou aqui há uns tempos as ruas de Lisboa), as "Sextas-feiras anti-crise", que são uma espécie de remake regional do "boxing day" anglófono... Afinal, a globalização também é isto. Importam-se todas as ideias alheias e espalhafatosas que forem precisas para promover e incentivar o consumo na cidade de Évora. Claro está que saber se as pessoas têm, ou não, o dinheiro necessário para fazer esses consumos é uma coisa que agora também não interessa nada para o caso.

Ora, precisamente no mesmo telejornal em que tomei conhecimento destas fervilhantes iniciativas eborenses, passou ainda este vídeo que regista a original forma de protesto de um grupo de operários espanhóis prestes a ficarem desempregados à custa da deslocalização da empresa onde trabalham para outras paragens (no caso, a Turquia):
  

Perante a desenfreada busca de estratégias alheias que tem animado os eborenses nestes últimos tempos, faço questão de dar também o meu humilde contributo pessoal. Afinal, quem vive, como eu, numa cidade do interior alentejano, precisa, de quando em vez, de qualquer coisa que quebre a espessa monotonia dos dias iguais, pois só assim é possível preservar alguma da pouca sanidade mental que nos resta. E a minha sugestão tem ainda a vantagem de poder vir a ser utilizada, com grande proveito, noutras cidades alentejanas e não só. Há que aproveitar enquanto a importação de ideias não paga imposto.

E que tal uma "Nude parade" para promover, por exemplo, a "Feira de S. João" que está prestes a iniciar-se? Mas atenção: feita exclusivamente com "produtos locais", claro está, pois há que defender a economia nacional. Ou então uma "acampada" no tabuleiro da Praça do Geraldo, por tempo indeterminado, para protestar contra a crise em geral e o tédio em particular?

Eu acho que ia ser um sucesso. Mais, acho até que, assim, Évora ganhava um ar ainda mais cosmopolita do que aquele que já tem actualmente. E sempre a Agenda Cultural da terra ficava um pouquinho mais recheada...

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